UNO Janeiro 2016

Garantindo disputas que não terminam em descrédito

011_2Salvaguardar a reputação de clientes no calor de um litígio deve ser o centro de qualquer estratégia judicial. Em uma época em que as notícias podem ser distribuídas em todo o mundo antes de seu cliente sequer pisar em um tribunal, é fundamental que assessores se preparem com antecedência para as ameaças à reputação impostas por um processo judicial. Ao fazer isso, estes estarão melhor posicionados para avaliar, prever e reagir às ameaças que pesam sobre seus clientes.

O interesse da mídia sobre um caso geralmente começa muito antes do início de um julgamento, com comentários e contínua cobertura mesmo após o seu término. Assessores envolvidos em procedimentos de litígio devem, portanto, tomar medidas para proteger e minimizar os danos à reputação causados por tal interesse da imprensa. Então, o que fazer?

 O tribunal representa uma grande oportunidade para jornalistas e detratores divulgarem informação privada sobre o seu cliente e seu negócio

Em primeiro lugar, reconhecer que o tribunal representa uma grande oportunidade para jornalistas e detratores disseminarem informação privada sobre o seu cliente e seu negócio. Artigos da imprensa produzidos com base em processos judiciais contêm informações que, normalmente, podem ser protegidas pelas leis de privacidade ou difamação. Isso significa que é extremamente fácil para a imprensa repercutir alegações prejudiciais ou informações pessoais disseminadas como parte de um processo judicial. Além disso, jornalistas, muitas vezes, têm direito ao uso de ferramentas como os tweets em um tribunal, o que permite expor detalhes apresentados perante um julgamento irem muito além das quatro paredes da sala da corte.

011_1Em segundo lugar, avaliar potenciais vulnerabilidades e criar uma estratégia preventiva para mitigar alegações potencialmente prejudiciais ou informações pessoais que possam ser apresentadas no tribunal. Ser proativo significa não esperar uma crise de reputação acontecer, uma vez que o processo judicial está em andamento. Isto requer que conselheiros antecipem onde os potenciais riscos de reputação podem surgir em um julgamento e planejar a melhor forma de combatê-los.

Em terceiro lugar, é preciso garantir a capacidade de reagir imediatamente a qualquer deturpação dos processos judiciais. Dado o imediatismo dos relatórios da imprensa, inevitavelmente haverá erros, que podem proliferar-se rapidamente, às custas da reputação de seu cliente. Os jornalistas que fazem a cobertura de um processo judicial – bem como quaisquer potenciais detratores que têm a ganhar com seu cliente no centro de uma tempestade de reputação – precisam ser identificados e monitorados. Notícias sobre um processo judicial devem ser justas e precisas e não fazê-lo irá expor legalmente o editor ou escritor. Imprecisões pode ser modificadas e sua disseminação interrompida, mas é preciso fazê-lo de forma eficaz e, para isso, a equipe precisa estar em condições de reagir imediatamente. Transmissões ao vivo exigem monitoramento ao vivo.

Por fim, observe o controle dos conteúdos das provas e fatos que serão expostos ao longo dos processos judiciais. Equipes jurídicas envolvidas em litígios têm acesso a testemunhas, declarações e outros documentos antes destes serem apresentados no tribunal. Por isso, é preciso tomar medidas para minimizar a quantidade de materiais pessoais e comerciais sensíveis que podem ser divulgados pela imprensa. Desde solicitar supressões nas evidências até pedir que aspectos dos depoimentos sejam conduzidos em particular, há muito que pode ser feito preventivamente para defender a reputação do seu cliente.

A reputação pode ser muito mais vulnerável a uma pessoa ou empresa que a matéria real do próprio litígio

É fundamental que as considerações sobre a reputação sejam construídas em qualquer estratégia de litígio porque a reputação pode ser muito mais vulnerável a uma pessoa ou empresa que a matéria real do próprio litígio. É crucial que assessores de clientes envolvidos em processos judiciais garantam que todos as estruturas e os riscos potenciais sejam antecipados e avaliados. Só então será possível lidar de forma eficaz com quaisquer questões de reputação que possam surgir durante o processo judicial.

Em última análise, o mais importante é atuar proativamente nos bastidores a despeito do que passa na frente das câmeras.

Gillian Duffy
Associado Sênior da consultoria Schillings
Gillian Duffy é associada sênior da Schillings – uma consultoria internacional que atua na áreas de privacidade e reputação. Ao longo de sua trajetória profissional, sua expertisea fizeram participar de complexos casos de litígios comerciais e disputas multijurisdicionais. A partir da sua prática como advogada, Gillian traz suas habilidades na área para a linha de frente na defesa da reputação e da privacidade. [Irlanda]

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