UNO Novembro 2020

A COLABORAÇÃO e VOZ das MENINAS como CAMINHO à ESPERANÇA

Os jovens são o futuro porque entendem os problemas do planeta. Essa frase foi dita pela grande primatologista Jane Goodall, e eu acredito que ela tem toda a razão. Acrescentaria, porém, que também somos o presente.

Somos o presente por entendermos que não somos espectadores, mas sim protagonistas de mudanças, ativadores de transformações sociais e que somos uma parte ativa da sociedade; queremos ser escutados e levados em consideração. 

A importância do diálogo intergeracional vem por conta disso, de compartilhar experiências, visões, conversar e debater ideias e procurar soluções em conjunto. Ponha de lado o adultocentrismo, porque o redesign do mundo se constrói a partir da cadeia colaborativa ampla, diversa e inclusiva, e é necessário ser radical nisto. Para prometer um futuro às próximas gerações, é preciso gerar uma mudança sistêmica no nosso modo de atuação e apontar na direção de um desenvolvimento sustentável. Precisamos entender que é a base de um renascer, e não como algo feito para se ler ou escutar. É a partir de ações concretas e com a colaboração de distintos agentes da sociedade que conseguiremos mudanças reais, necessárias e urgentes.

Ponha de lado o adultocentrismo, porque o redesign do mundo se constrói a partir da cadeia colaborativa ampla

Neste contexto, a voz das meninas deve ser amplificada em prol potência. Para que a liderança feminina cresça, e seja uma liderança em que as emoções não sejam vistas como fatores debilitantes tampouco como vulnerabilidades que as impeçam de executar nossas metas, mas como ponto forte em um mundo que necessita conversar, um mundo que precisa de humanidade. “É necessário altas doses de empatia e de corresponsabilidade em casa e na vida cotidiana, para que o poder não seja um lugar hostil à participação das mulheres, nem um espaço de monopólio para os homens” (Margarita Flández, Tremendas Chile).

a voz das meninas deve ser amplificada em prol potência. Para que a liderança feminina cresça, e seja uma liderança em que as emoções não sejam vistas como fatores debilitantes tampouco como vulnerabilidades

Falemos de urgências 

E se falamos de urgências, a crise climática é uma delas. A situação atual, com os dados existentes do mundo científico, evidencia o inegável, apesar da estupidez, cegueira e egoísmo de alguns que veem o bem-estar pessoal acima do bem comum. Estes se esquecem que, ao viver em comunidade, os problemas que me afetam, também afetarão meu vizinho. A educação de meninas é uma solução à mudança climática, decisiva para um futuro sustentável. De acordo com Projet Drawdowm, um dos três pontos a serem trabalhados é a coesão social promovendo a igualdade de gênero, entre os quais se destaca o empoderamento e a educação das meninas.

A comunidade mundial deve abordar a saúde reprodutiva das mulheres a partir da perspectiva de justiça de gênero com forte ênfase no direito de programas de educação de qualidade para as meninas. Outro aspecto importante é o impulso à resiliência climática; a investigação da Brookings Institution mostra que cada ano adicional de escolarização das meninas, a resiliência dos países aos desastres climáticos melhora em uma porcentagem considerável. Além disso, podemos ver a educação de meninas como uma força promotora de força de habilidades verdes para liderarem economias verdes. É relevante e tremendamente importante formar meninas líderes e empoderá-las para que possam gerar mudanças positivas e sustentáveis. 

Ainda há lacunas nas evidências que precisam ser preenchidas e questões que precisam ser respondidas, mas promover a igualdade de gênero, alcançar a igualdade e empoderar as mulheres é a chave para enfrentar as mudanças climáticas. Cada vez mais estudos de organizações internacionais demonstram isso.

Educar as meninas não somente lhes permite melhorar suas vidas, mas permite mudar o mundo.

Julieta Martínez
Fundadora do Tremendas
17 anos, é ativista climática e pela igualdade de gênero. Integrante do Youth Task Force Beijing +25 de Unwomen, é fundadora da Plataforma de Ação regional TREMENDAS, que promove o empoderamento de meninas, adolescentes e jovens, convidando-as a usar seus talentos e/ou habilidades para gerar impacto social. Atualmente, nesta  comunidade participam mais de 200 meninas e jovens de todo o Chile e América Latina que trabalham em forma colaborativa com base nos ODS. É cofundadora do movimento Latinas for Climate, embaixadora de WWF, integrante da rede jovens agentes de mudança de Ashoka.

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