UNO Novembro 2020

Uma GERAÇÃO com CAUSA

“Não existe no mundo nada mais poderoso que uma ideia para a qual chegou seu momento”. OU, com a permissão de Víctor Hugo, de uma geração para a qual chegou seu momento para mudar o status quo. 2020 é um ponto de inflexão, um #TurningPoint em maiúsculas que apresenta complexos desafios, mas também oportunidades. O tempo é agora, mas de sua repercussão depende o amanhã. Por isso falamos de future leaders, uma geração de jovens com causa cuja influência está dando forma a uma nova forma de liderança. Uma liderança que prova que outra forma de atuar à frente de um movimento social ou de uma empresa é possível. 

 2020 é um ponto de inflexão, um #TurningPoint em maiúsculas que apresenta complexos desafios, mas também oportunidades. O tempo é agora, mas de sua repercussão depende o amanhã.

Mas de que falam? Sobre o que escrevem? Como pensam? Quais são seus valores? Na LLYC quisemos antecipar quem e como são os líderes do futuro em língua espanhola e portuguesa. Para isso, nos aliamos com Trivu, ecossistema global que impulsa oportunidades para o talento jovem, e impulsionamos um inovador estudo no qual analisamos através de tecnologia PLN (NLP por sua sigla em inglês: natural language processing) e inteligência artificial, o perfil psicossocial de jovens líderes que falam espanhol e português, nascidos depois de 1990, de 12 países.

Uma análise da pegada digital e discursiva que, além disso, nos permitiu vislumbrar a evolução e o contraste desta geração com nossos líderes contemporâneos.

Ativistas do bem comum

Estes jovens se converteram em porta-estandartes do ativismo social. O discurso da nova geração incorpora mais referências ao coletivo e ao bem comum. “Público”, “climático”, “educativo”, “mundial” ou “social” estão entre os adjetivos mais utilizados pelos futuros líderes. Seu discurso retrata uma geração mais disciplinada e com maior tendência à ação. Os mais jovens empregam com maior assiduidade o verbo “fazer” que o “falar” —uma tendência invertida, porém, nos líderes atuais—. Também apelam com mais frequência à ação de “trabalhar”. A análise de personalidade destaca seu senso de dever e alta disciplina em comparação com a geração anterior. São empresários, pesquisadores, artistas… com uma causa social de fundo. São ativistas do bom comum.

Líderes transformadores

Estão transformando setores, opiniões, padrões estabelecidos, etc. Estão provocando uma mudança em suas comunidades locais e digitais, demonstrando com fatos e palavras que a liderança pode ser “empática”, “aberta”, “responsável” e, sobretudo, “mobilizadora”, transformadora. Os acadêmicos americanos Bruce Avolio e Bernard Bass introduziram em 1991 o conceito da liderança transformacional. Este modelo visualiza o líder como aquele que incorpora o trabalho em equipe para identificar uma mudança necessária, cria uma visão para guiar a mudança através da inspiração e executa a mudança em conjunto com os membros comprometidos de um grupo.

Digitais que deixam rastro

Existem evidências de que há uma correlação entre como falamos e como somos, pensamos e sentimos. Nesta linha, a linguagem é um dos veículos mobilizadores essenciais para os líderes; além disso, com a proliferação das novas tecnologias, o rastro narrativo e discursivo destas figuras no ambiente digital é tão amplo como revelador. A partir de uma perspectiva morfossemântica, indagamos nos discursos e intervenções dos distintos líderes em redes sociais. 

Se analisamos o top 50 dos substantivos mais empregados em cada geração, observamos que os líderes do futuro possuem um discurso muito mais centrado em valores comunitários, sociais e ancorados à importância do team-play: palavras como “vida”, “pessoas”, “mundo”, “família”, “amigos”, “amor”, “equipe” ou “apoio” aparecem entre os 50 conceitos mais recorrentes. Os líderes atuais, por outro lado, ou não apelam a estes conceitos ou, no caso de fazê-lo, é com uma frequência menor. O uso de palavras emocionais é 45 % mais abundante no discurso dos mais jovens e 78 % das palavras emocionais têm caráter positivo. 

Por outro lado, apesar de que parece que todo o mundo está imerso no debate sobre a transformação digital e a inovação tecnológica, as expressões sobre digitalização somente estão presentes no discurso analisado dos future leaders.

11.771 tweets, 1.017.391 palavras, 8.931 publicações de Instagram, 81 discursos de YouTube, 91 contas de Twitter e 106 contas de Instagram analisadas. 12 países. 120 líderes identificados. Além das cifras, Future Leaders é a evidência de que os jovens mais influentes constituem uma geração com causa que vem pisando forte. Estão mudando as regras do jogo. Estão questionando os roteiros das gestões executivas mais tradicionais. Estão provocando o advento acelerado de uma nova liderança.

Estão mudando as regras do jogo. Estão questionando os roteiros das gestões executivas mais tradicionais. Estão provocando o advento acelerado de uma nova liderança.

Luisa Garcia, David González Natal e Miguel Lucas
LLYC
  • -Luisa Garcia é licenciada em Ciências da Informação, com especialidade em Publicidade e Relações Públicas, pela Universidade Complutense de Madrid e MBA pela Universidade Adolfo Ibáñez de Chile. Foi a sócia responsável da Região Andina e Chief Operating Officer (COO) para América Latina na LLYC. Foi escolhida como uma das 50 mulheres de negócios mais influentes da América Latina pela publicação Latin Business Chronicle. Em 2014, Luisa foi reconhecida como Executiva do Ano na América Latina e Mulher do Ano nos Stevie Awards.
  • -David González Natal começou sua carreira profissional na LLYC no ano de 2014. A partir da área de Consumer Engagement dirigiu projetos emblemáticos para Coca-Cola, Campofrío, Telefónica e BBVA, Multiópticas. Licenciado em Jornalismo pela Universidade Complutense de Madrid e Global CCO pelo ESADE, trabalhou em meios como O Mundo e Cadena Ser, além de ter sido parte do departamento de imprensa do Círculo de Belas Artes de Madrid e coordenador chefe na agência Actúa Comunicação. Também é professor de storytelling e estratégia de marca em várias universidades e escolas de negócios, como Esade, ICE ou Carlos III.
  • -Miguel Lucas é Engenheiro de Telecomunicações, especialista em design de algoritmos de ranking para buscadores e processamento de linguagem natural automatizada. Trabalhou 10 anos com design, fabricação e lançamento ao mercado de motores de busca de âmbito corporativo, redes abertas e deep web. Em 2008 criou Acteo, empresa a partir da qual colaborou com a LLYC no design e implementação de diferentes tipos de soluções, como o BER e o MRO da área de Digital. Atualmente, Miguel é Data Business Leader na LLYC, onde desenvolve estratégias de exploração de dados e métricas que agreguem valor à reputação e negócio dos clientes.

Artigos publicados na UNO

Queremos colaborar com você

Qual o seu desafio?

Quer fazer parte da nossa equipe?

Quer que a LLYC participe do seu próximo evento?